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O INSTITUTO GREGORIO BAREMBLITT nasce do encontro de um grupo de amigos com um desejo comum de reinventar novas práticas sociais. Para tanto constituímos uma associação sem fins lucrativos. Seu nome é uma homenagem ao psiquiatra, psicoterapeuta, professor, pesquisador, analista e interventor institucional, esquizoanalista, esquizodramatista e escritor Gregorio Franklin Baremblitt. Nosso desejo é que este dispositivo tenha uma inserção social e que possamos construir com nossa comunidade um Outro Mundo Possível.

domingo, 20 de março de 2011

NOSSAS COMPANHIAS: UNIVERSIDADE POPULAR JUVENAL ARDUINI - A FERA NASCE NAS PRISÕES; O BELO, NA ESTRADA...

A vida continua... A chuva caindo mansa, a Lua dormindo... Um silêncio de domingo.

Nem todo domingo é domingo. Digo, assim, quieto e sossegado com gosto de roça e cheiro de café quentinho.

Livros e filmes empilhados mirando com inveja os discos que, embora guardados, devem ganhar outra vez...

Ontem, a casa era festa... Dia de Universidade Popular... Amigos, velhos e novos... Todos se sentindo entre a magia do sonhos e a poesia de uma nova realidade.

Choveu todo o dia... Cântaros de água...

Normalmente, a chuva me inibe, paralisa e me leva para a suave tranquilidade de uma acolchoada cadeira-de-balanço... Nada à espera do nada...

Ontem, aprendi o valor do pensamento de Nietzsche na prática.

Quase sempre, esperamos as condições ideais parra viver nossos sonhos e desejos; e nos perdemos de nós mesmos na primeira dificuldade.

Tudo correu com alegria e persistência... Problemas contornados com serenidade; problemas superados com adaptações criativas e produtivas.

Vi o quanto nos escondemos da vida, justificando-nos por detrás de minúsculos e insignificantes empecilhos e contrariedades.

Oh! Velho e amigo Nietzsche... Nada se consegue, nada se conquista, se não lutamos, bravamente, exercendo nosso vontade de potência que nasce de uma verdadeira posição de desejo.

Ou como diria nosso poeta: " a vida é combate, que os fracos abatem... mas que os fortes, os bravos só sabem exaltar"...

Se nos desanimamos, perante os obstáculos, recuamos e nos desconectamos do nosso desejo que nos mobilizou num exercício de potência; e acabamos formatando um corpo dado à impotência.

Assim, repetindo esta experiência de desânimo e desalento nas intempéries, caímos no conformismo, na acomodação e na alienação... E ficamos com um corpo servil, apático, desvitalizado, submisso e vulnerável...

O além-do-homem, O Super-Homem, de Nietzsche, não era uma raça pura e bélica. É o corpo que se afirma na luta persistente e disciplinada... é a potência que se afirma nos embates com os obstáculos... é o desejo que não se retrai ante as pedras do caminho...

Com um corpo potente, desejante e afirmativo vivemos com intensidade, alegria e paz...

Não a paz covarde da acomodação reativa; mas a paz que nasce da luta e da harmonia entre nossa vida e nossos desejos e sonhos...

Pude viver; pude experimentar...

E nessa ousadia alegre, trocamos e reafirmamos uma caminhada...

Foi, assim, que pude ouvir e me emocionar com o trabalho coletivo.

Ainda ressoa, no meu coração, a palavra de uma amiga que traduzindo o que via, ouvia e sentia, relembrou Kundera e disse: " A beleza do acaso é o último estágio da história da beleza."
http://jorgebichuetti.blogspot.com/


 

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