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O INSTITUTO GREGORIO BAREMBLITT nasce do encontro de um grupo de amigos com um desejo comum de reinventar novas práticas sociais. Para tanto constituímos uma associação sem fins lucrativos. Seu nome é uma homenagem ao psiquiatra, psicoterapeuta, professor, pesquisador, analista e interventor institucional, esquizoanalista, esquizodramatista e escritor Gregorio Franklin Baremblitt. Nosso desejo é que este dispositivo tenha uma inserção social e que possamos construir com nossa comunidade um Outro Mundo Possível.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Em parceria com o IGB, CAPS II lança Projeto “Sabão Consciente”



Um litro de óleo pode significar: um milhão de litros de água contaminada ou produzir 32 litros de sabão líquido e gerar renda

Inserção social, geração de renda, preservação do meio ambiente e incentivo ao desenvolvimento de trabalhos alternativos. É com essa visão que o Projeto “Sabão Consciente” do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) II “Jesus Souza e Silva”, apoiado pelo Instituto Gregório Baremblitt (IGB), foi lançado no último dia 4, quinta-feira.
A terapeuta ocupacional do CAPS Frutal, Alzimara Belo, trouxe a ideia e recebeu apoio total da Secretaria Municipal de Saúde e a equipe de técnicos e usuários do CAPS.
O CAPS realiza outros projetos que tem proporcionado geração de renda e trabalho, exemplo disso é o bazar. “A economia solidária é uma rede que pode ser comunitária. Não é só dos usuários do CAPS”, acredita Alzimara.
“Precisamos discutir projetos de geração de trabalho e renda uma vez que eles são excluídos do mercado do trabalho formal devido às características impostas pelos problemas mentais”, considerou a psicóloga e coordenadora do CAPS II, Arlete Borges de Morais.

CONVERSAÇÕES

Nesta terça-feira, 9, no Conversações do IGB foi abordado o tema "Economia Solidária: quais os possíveis dispositivos a serem criados para a construção da inclusão social?".  Na ocasião, os profissionais do instituto de saúde mental também falaram sobre o “Sabão Consciente”. O debate serviu como referência para a participação do IGB no IX Congreso Internacional de Salud Mental y Derechos Humanos em Buenos Aires, Argentina, do dia 18 a 21 novembro.  “Neste congresso vamos colocar um pouco dessa experiência que estamos desenvolvendo aqui e discutir com pessoas do mundo todo que trabalham com economia solidária e com geração de renda”, disse o psiquiatra do IGB e do CAPS, Celso Peito Macedo Filho. Ele acredita que quando se fala em economia solidária se fala em projeto de geração de renda, construção de autonomia e reabilitação psico-social. “O “Sabão Consciente” é um projeto chave porque proporciona que essas pessoas readquiram habilidades anteriormente perdidas e que consigam ter um lugar social”.
Dr. Celso ainda afirma outro aspecto do projeto que é associar à proteção do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. “Além disso, não podemos esquecer que quando essa clientela adoece é muitas vezes porque ela não conseguiu se adaptar ao mercado formal de trabalho. A gente precisa então pensar em novas formas de trabalho e pensar que trabalho não significa emprego; pode ser algo prazeroso”, disse.
Para o psicólogo do IGB, Bernardino Lopes Neto, o projeto envolve muitos aspectos da saúde e é uma clínica ampliada. “Aprender fazer uma atividade, estar em grupo, ser protagonista na vida, se incluir em questões do meio ambiente e no mundo profissional é fundamental no CAPS ou em qualquer comunidade. Lembrando que aqui em Frutal vai ter um Centro de Estudo das Águas (Hidroex); talvez ele seja parceiro nesse projeto”, lembrou.
A psiquiatra do IGB, Ludmilla Souto Viana Peito Macedo, ressalta que o “Sabão Consciente” não deve ser pensado como um projeto isolado. “Pensando na clientela da saúde mental, temos que pensar também na possibilidade de inclusão e interação social. E isso tem que ser pensado não só para essa clientela específica, mas repensar nossa qualidade de vida e de trabalho enquanto cidadãos”, frisou Dra Ludmilla.

PASSOS DO PROJETO

A primeira etapa do “Sabão Consciente” já foi estruturada. Segundo a terapeuta ocupacional do CAPS, Alzimara Belo, foi identificado oito usuários que vão estar ligados a esta oficina de geração de renda. Mais dois familiares também participarão do projeto. “O segundo passo foi identificar um apoiador para podermos começar a idealizar as atividades e encontramos o Instituto Gregório Baremblitt”, explicou.  
No momento, o pessoal do CAPS e do IGB divulga a campanha educativa nas escolas municipais e estaduais. O próximo passo será os clubes de serviço e a comunidade em geral, identificando pontos de coleta com recipientes para as pessoas fazerem a doação do óleo usado. Depois disso passar os conceitos da produção do sabão aos usuários do projeto.
Alzimara alerta que, segundo estudos, um litro de óleo jogado na pia pode contaminar 1 milhão de litros de água. “Isso é uma proporção incalculável; isso precisa ser pensado na nossa comunidade”, alertou.  

Renato Manfrim




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