Quem sou eu

Minha foto
O INSTITUTO GREGORIO BAREMBLITT nasce do encontro de um grupo de amigos com um desejo comum de reinventar novas práticas sociais. Para tanto constituímos uma associação sem fins lucrativos. Seu nome é uma homenagem ao psiquiatra, psicoterapeuta, professor, pesquisador, analista e interventor institucional, esquizoanalista, esquizodramatista e escritor Gregorio Franklin Baremblitt. Nosso desejo é que este dispositivo tenha uma inserção social e que possamos construir com nossa comunidade um Outro Mundo Possível.

sexta-feira, 25 de março de 2011

IGB promove conferência sobre violência contra a mulher

A criação de uma rede de apoio multidisciplinar e incentivar o aumento das denúncias foram as saídas para o grave problema mais discutidas durante o debate  




Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o Instituto Gregório Baremblitt de Frutal promoveu no dia 14 de março na Casa do Advogado, a Conferência “Gênero e Violência Contra a Mulher”. Estudantes da UEMG e FAF, entre outros interessados, puderam conferir explicações de profissionais que vivenciam e entendem das questões que envolvem o grave problema. Foram eles: Renato Teixeira, promotor de Justiça; Lílian Viscone, assistente social do CAPS Frutal; Rodrigo Furtado Costa, sociólogo e professor da FAF e UEMG/Frutal; Daura de Freitas, assistente social do Centro Viva Vida e Ana Helena Diniz, psicóloga do CAPS Frutal.
Cada profissional alertou para a criação de uma rede multidisciplinar, com o objetivo de que as mulheres agredidas sejam ajudadas por vários segmentos da sociedade. Outra questão levantada muitas vezes no debate foi com relação à denúncia que ainda é insatisfatória.  
O promotor de Justiça, Renato Teixeira, disse que todos os dias trabalha com processos envolvendo a violência doméstica. Na sua visão, para que a triste realidade mude é preciso focar a questão não apenas no aspecto jurídico, mas buscar o conhecimento da área de assistência social, psicologia, ou seja, na chamada multidisciplinariedade.
Para se criar uma rede entre todos os segmentos da sociedade para se fortalecer a proteção à mulher, Dr Renato, diz que é preciso se fazer um diagnóstico das potencialidades da região em termos de prestação de serviço público ou comunitário, mobilizar a comunidade e divulgar a importância da aplicação da legislação para que ela não caia no esquecimento.
No que diz respeito às causas do grave problema da violência contra a mulher, o sociólogo Rodrigo Furtado Costa explicou que são vários. Para ele, vem desde a questão da desigualdade social, até o envolvimento da saúde pública. “No primeiro momento o estado joga em suas legislações mecanismos para atacar. O problema é que se ataca um problema que não tem relação devida com outras áreas, sem ter discussão e equipe preparada. Precisamos ter uma equipe multidisciplinar para que se possa tentar compreender e desmistificar determinados problemas que é o caso da violência contra a mulher”, afirmou o professor que ainda alertou para que as pessoas que compareceram à conferência não saíssem de lá e esquecessem do problema. “Nós já temos dispositivos legais que nos garantem a denúncia, inclusive anônima. Vivemos em uma sociedade altamente conservadora; de uma cultura autoritária baseada na ideia de que a família deve, sobretudo o homem, ser o educador no sentido daquele que corrige. A gente vai sair daqui e fazer o que? É difícil, mas precisamos dar um grito. A sociedade não pode se acomodar; a mulher hoje tem apoio”.
Daura de Freitas, assistente social do Centro Viva Vida, contou sobre o trabalho do Comitê Pela Vida que trabalha em prol dos vários e cotidianos casos de violência doméstica. Ela lamentou que em Frutal a maioria das agressões contra a mulher, sejam elas físicas ou psicológicas, não são denunciadas.
Por isso, o organizador da conferência, o psiquiatra do IGB e do CAPS, Celso Peito Macedo Filho, quer que a discussão sobre este grave problema não fique somente no debate da última segunda-feira na Casa do Advogado; e que seja construído outros dispositivos de reflexão, atuação pública e intervenção social. “Para isso também estamos apostando muito nas redes virtuais, via internet, podendo dialogar, pensar e trocar experiências”. (Renato Manfrim)

Nenhum comentário:

Postar um comentário