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O INSTITUTO GREGORIO BAREMBLITT nasce do encontro de um grupo de amigos com um desejo comum de reinventar novas práticas sociais. Para tanto constituímos uma associação sem fins lucrativos. Seu nome é uma homenagem ao psiquiatra, psicoterapeuta, professor, pesquisador, analista e interventor institucional, esquizoanalista, esquizodramatista e escritor Gregorio Franklin Baremblitt. Nosso desejo é que este dispositivo tenha uma inserção social e que possamos construir com nossa comunidade um Outro Mundo Possível.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

DIÁRIO DE BORDO: UM VOTO CONSCIENTE E ALEGRE

                                                                             JORGE BICHUETTI
Amigos votaremos... É um direito, uma responsabilidade e uma obrigação.
Mas em quem? sicrano, beltrano e fulano, todos aparecem, agora, com promessas e atá o rosto se revela mais sincero.
Somos atores por natureza, não se enganem...
Não votem em pessoas, vote no futuro que deseja para nossa Terra e para a nossa gente.
Pense: o que farão? o que defenderão?
Cuidado: Judas se vendeu por 30 moedas, e muitos dos nossos políticos inflacionaram o mercado das traições.
Não vote em canditado com ficha suja, exija ficha limpa, uma conquista popular.
Votar é um ato histórico: um dia, na empolgação dos urros  populares, o povo votou em Barrabás, condenando à morte o meigo e terno Nazareno que tinha como sonho e vida o amor na plenitudade da compaixão.
Pense... Pense...
Você estará escolhendo o pão para os famintos ou elegendo a miséria e o abandono para a maioria dos nossos irmãos.
Um dia, me perguntaram se eu não iria votar num amigo comum, e me disseram: Ele é nosso amigo. Pensei, e não tive dúvida: eleição não é um momento de escolha ou glorificação dos amigos pessoais. Disse, então: Gostaria, mas não vou votar... Ele é meu amigo, não é amigo dos famintos, dos sem-tetos, dos miseráveis que perambulam pelas ruas, das mulheres vítimas de violência doméstica, das crianças que sofrem abuso sexual, dos infelizes, dos necessitados...
Meu voto é um voto na potência da vida que deseja o sonho de justiça social e solidariedade, acolhimento e liberdade  materializados na vida do nosso país.
Voto contra o desemprego, os baixos salários, a poluição, o preconceito sexual-de raça e qualquer que seja... Voto contra o desmatamento, contra a guerra e contra as políticas de enriquecimento de poucos às custas da massacre das multidões.
SEM MEDO DE SER FELIZ - eu voto num mundo de inclusão social, de políticas públicas de cuidado dos desvalidos....
SEM MEDO DE SER FELIZ -  eu voto nos projetos de economia solidária e desenvolvimento sustentável...
SEM MEDO DE SER FELIZ -   eu voto na reforma agrária, na política internacional de apoio aos países pobres e de apoio ao direito de autonomia de todoas as nações...
Não voto... na opressão, na exploração, na mistificação...
Voto na reversão do aquecimento global,  na convivência pacífica com o pleno direito à diferença.
Voto, sim... no Plano Nacional de Direitos Humanos.
SEM MEDO DE SER FELIZ, EU VOTO NA PERMANÊNCIA DA PRIMAVERA, POIS EU NÃO VOTO EM QUEM CORTAM AS NOSSAS FLORES E NOS FEREM COM OS ACÚLEOS DA DOMINAÇÃO.

MESTRES DO CAMINHO: BOFF E AS ELEIÇÕES

A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma

                                      LEONARDO BOFF


Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso” pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais”, onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida me avalisa fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a mídia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido a mais alta autoridade do país, ao Presidente Lula. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma), “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes, nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo -Jeca Tatu-; negou seus direitos; arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação; conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continua achando que lhe pertence (p.16)”.
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vem Lula, e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e para “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa mídia raivosa quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da mídia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituídas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas, importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, ao fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, que faz questão de não ver; protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra, mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a mídia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocolonial, neoglobalizado e, no fundo, retrógrado e velhista; ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes?
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das más vontades deste setor endurecido da mídia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiro

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Conversas Klínicas abordam PAI-PJ e esquizoanálise



No último dia 13, segunda-feira, Conversas Klínicas do Instituto Gregorio Baremblitt de Frutal contou com as participações das seguintes palestrantes: a psicóloga de Uberaba, pós graduada em Saúde Mental, Odila Braga e Helena Paiva, psicóloga clínica de Pouso Alegre.
A psicóloga Helena Paiva destacou o PAI-PJ (Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental), coordenado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e que visa oferecer um tratamento digno aos portadores de sofrimento mental que estão em medida de segurança, ou seja, para aqueles que acabaram no manicômio judiciário. “Queremos tirar eles do manicômio e construir uma rede na comunidade onde eles vivem”, disse a psicóloga. Ela assegura que os técnicos do PAI-PJ já estiveram na cidade, assim como em outras cidades do estado, no intuito de conhecer a realidade das pessoas com transtornos mentais que praticaram algum delito e que estão presos irregularmente. Por isso a função do PAI-PJ é que essas pessoas não sejam esquecidas na prisão e trazê-las de volta à sociedade. Por enquanto o programa atua apenas em Belo Horizonte e ainda não se expandiu para outras comarcas.
O psiquiatra Celso Peito esteve no final do mês passado nas cadeias públicas de Campina Verde e Iturama para auxiliar no PAI - PJ (Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental). “A proposta é que é esses manicômios precisam ter um fim. Precisamos oferecer um tratamento que vai oferecer alguma possibilidade de melhora e reinserção social. Vamos tentar articular junto ao poder judiciário local para que essa clientela não fique mais nas cadeias. A justiça determina que essas pessoas sejam tratadas de forma adequada. Hoje o tratamento adequado é no serviço substitutivo, nos CAPS”, afirmou o psiquiatra.
Durante o encontro, a psicóloga Odila Braga, buscou abordar a clínica no ponto de vista da esquizoanálise como referência teórica do trabalho da equipe IGB Frutal. “Acredito que a proposta do grupo é estar trazendo a esquizoánalise dentro da clínica e envolvendo as pessoas nesta discussão. Por isso eu achei interessante discutir alguns conceitos instigantes e revolucionários para se pensar melhor essa clínica”, disse a psicóloga que acredita que a esquizoanálise tem um conjunto de idéias que desestrutura toda uma clínica pensada depois da psicanálise.

II Congresso Internacional de Esquizoanálise e Esquizodrama entusiasmou profissionais da saúde de Frutal

O encontro em Uberaba nos dias 10, 11 e 12 de setembro foi um pré congresso para o Internacional de Saúde Mental e Direitos Humanos – Associação das Mães da Praça de Maio – Buenos Aires – Argentina no mês de novembro



Durante três dias, 10, 11 e 12 de setembro, aproximadamente 500 profissionais e estudantes de 60 instituições de saúde mental do Brasil, Argentina, Uruguai, Portugal e Espanha participaram do II Congresso Internacional de Esquizoanálise e Esquizodrama. A confraternização que buscou um novo pensar do mundo aconteceu na Casa do Folclore, Uberaba, foi organizada pela Fundação Gregório Baremblitt de Uberaba e de Minas Gerais, Instituto Felix Guattari de Belo Horizonte e Centro Felix Guattari de Montevideo; e contou com conferências, mesas redondas, debates, entre outras atividades.
Profissionais do CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) Frutal, Instituto Gregório Baremblitt, entre outras clínicas da cidade e região estiveram no encontro e voltaram entusiasmados. Foram eles: os médicos psiquiatras Celso Peito Macedo Filho e Ludmilla Souto Viana Peito Macedo, os psicólogos Bernardino Lopes Neto, Ana Paula Araújo, Raquel Rocca Ravena, Ana Helena Cury de Andrade Diniz, Angélica Luíza Polastrini Marques, Edna Rodrigues e Simone Alves Cavalcanti, além da enfermeira Valdereza Faria Bolela e da assistente social Cíntia Silva Macedo.
Relacionados à esquizoanálise e esquizodrama, temas como Principais Esquizoemas, Realidade e Realteridade, Capitalismo e Esquizofrenia, As Quatro Ecologias, Subjetividade e Subjetivação, Direitos mais que Humanos, Movimentos Populares, Saúde Integral e Mental, Economia Solidária, Ciência, Filosofia, Arte, Política, Direito, Educação e As Klínicas do Esquizodrama foram abordados e discutidos pelos principais nomes da psiquiatria e psicologia da América Latina e do mundo. Entres estes; Gregório F. Baremblitt, Gregório Kazi, Alfonso Lans, Jorge Bichuetti, entre outros. 
A presidente da Fundação Gregório F. Baremblitt de Uberaba e supervisora do CAPS Frutal, Maria de Fátima Oliveira, coordenadora do congresso, destacou a reforma psiquiátrica do país, universidade e entidades que trabalham com a área social, ecologia e o combate à violência como os temas mais relacionados aos dias atuais e que foram amplamente discutidos no encontro internacional.
O psicólogo argentino Gregório Kazi, um dos responsáveis pela direção das Mães da Praça de Maio, acredita que encontros como estes contribuem em duas dimensões. “As pessoas conseguem esclarecer críticas e socializar em uma forma de produção de vida”, comentou.

Esquizoanálise e Esquizodrama



A esquizoanálise, uma concepção da realidade criada por Gilles Deleuze e Felix Guattari, preocupa-se com os indivíduos, os grupos e as instituições na sua composição com o mundo. Consiste em uma ampla leitura da realidade, tanto natural, quanto social, subjetiva e industrial-tecnológica, assim como de uma realidade “outra”, pluripotencial e imperceptível.
Apoiado num propósito inventivo, o esquizodrama, baseado na esquizoanálise, foi criado por Gregorio F. Baremblitt e trata-se de um procedimento que pode ser utilizado em todo tipo de organização, estabelecimentos, grupos e também com indivíduos, com finalidades terapêuticas, pedagógicas e organizativas.
Segundo Gregório Baremblitt, que esteve nos três dias do congresso, a base teórica, ética, política e filosófica do esquizodrama é a esquizoanálise. “O esquizodrama é uma das aplicações que tem atitude e que mobiliza todos os sentidos, como respiração e mecanismos da expressão”, declarou um dos principais nomes da psiquiatria mundial.
O filósofo Orfilo Fraga, coordenou um dos vários tipos de esquizodrama que foram realizados no congresso. Denominado a Dança do Sopro, a técnica foi desenvolvida a partir de alguns autores que trabalham com a respiração e com o corpo. “Sugeriu a capacidade que a gente tem de conhecer forças nossas que são inconscientes, não aparecem normalmente e que tem relação com todo o universo”.



IGB Frutal

Os médicos psiquiatras Celso Peito Macedo Filho e Ludmilla Souto Viana Peito Macedo e o psicólogo Bernardino Lopes Neto estiveram entre os mais entusiasmados com os resultados do congresso. Eles falaram que foi
uma oportunidade de se pensar novas formas de cuidar do sofrimento das pessoas. “Esse encontro também é uma oportunidade que temos para não nos sentir sozinho, estar mais próximos de pessoas que a gente gosta, estabelecer relações, criando vínculos que vão além do congresso”, afirmou Dr. Celso.
Para a Dra. Ludmilla, os três dias em Uberaba também foi uma forma de repensar o modo de se produzir uma clínica para cuidar melhor da saúde mental. “Além disso, discutimos ainda formas de fazer um mundo melhor”. Ao complementar, o psicólogo Bernardino comentou que sentiu o congresso como algo realizado entre amigos.

Renato Manfrim

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

IGB propõe reflexões junto à comunidade

O Instituto Gregório Baremblitt (IGB) de Frutal, inaugurado no mês de abril, produz um trabalho de reflexão junto à comunidade e profissionais da saúde mental. Através de “Conversações” e o “Cine Clube”, a comunidade participa para pensar sobre várias áreas da saúde, da educação, sistema prisional, entre outros assuntos.
O psicólogo do IGB, Bernardino Pereira Lopes Neto, conta que a partir dos encontros do 1º semestre, juntamente com o psiquiatra Celso Peito Macedo Filho, produziram a programação atual das atividades.
De acordo com o psiquiatra Celso, a Semana da Luta Antimanicomial de Frutal, parceria do IGB com o CAPS (Centro de Apoio Psicossocial), entre os dias 17 e 20 de maio, foi de fundamental importância para o saldo do primeiro semestre. Palestras, eventos artísticos, almoço coletivo, filmes, entre outras atividades, foram às atrações à comunidade. Um dos destaques da Semana foi a palestra da renomada psicóloga Marta Zapa que falou sobre sua prática clínica que inspirou muitos profissionais da saúde mental de Frutal.

Programação 2º semestre – Nos dias 9, terça-feira, e 23 de agosto, segunda, o grupo de Conversações discutiu ideias de pensadores com respeito à “Reabilitação Psicossocial no Brasil”. No dia 13 de setembro, segunda-feira, Conversas Klínicas contará com as participações das palestrantes: a psicóloga, pós graduada em Saúde Mental, Odila Braga e Helena Paiva, psicóloga clínica. Nos dias 27 de setembro, 18 de outubro e 8, 22 e 29 de novembro, o grupo de estudo do IGB continuará a refletir temas pertinentes para a prática cotidiana dos profissionais.

CINECLUBE

Nos filmes do primeiro semestre o IGB deu ênfase à saúde mental, já que a intenção foi mostrar o local de trabalho. “Com a chegada das pessoas cada um foi dando o tom e fomos produzindo outros interesses”, comenta o psiquiatra Celso Peito.
Na programação do segundo semestre, os filmes falarão sobre miséria, realidade nacional, gravidez na adolescência, relacionamentos, ou seja, temas diversificados. No dia 30 de agosto, segunda-feira, as pessoas que ligaram no IGB e reservaram seu lugar, assistiram ao longa metragem Querô que fala sobre a realidade do filho de uma prostituta. Confira o restante da programação (todos os filmes começam às 20h): 20/09 – Eles Não Usam Black; 5/10 – Acossado; 25/10 – Medos Privados em Lugares Públicos; 6/12 – Cenas de Um Casamento Parte I e 13/12 – Cenas de Um Casamento Parte II.

CONGRESSO

Nos dias 10, 11 e 12 de setembro, o IGB Frutal participa do 2º Congresso Internacional de Esquizoanalise e Esquizodrama, em Uberaba, Casa do Folclore. Parceiros da Fundação Gregório Baremblitt de Uberaba (o patrocinador do congresso juntamente com a Fundação Baremblitt de Belo Horizonte), os profissionais do instituto de Frutal comentaram que será um momento muito rico para todos que participarem. “Vão estar os nomes mais importantes da produção intelectual da atualidade da área de saúde mental e outras áreas também. Estarão convidados da Argentina, Uruguai, Portugal e Brasil. É um pré-congresso para o Internacional de Saúde Mental dos Direitos Humanos de Buenos Aires, que é o congresso mais importante de saúde mental da atualidade”, adiantou Dr. Celso que ainda explica que o congresso tratará do conhecimento humano e não somente de saúde mental. “Vai tratar de todas as esferas da vida humana. Quando vamos discutir esquizoanálise estamos discutindo o nosso próprio modo de vida; é uma mudança ética, estética e política”.

PAI-PJ

O psiquiatra Celso Peito esteve no dia 25 de agosto, quarta-feira, nas cadeias públicas de Campina Verde e Iturama para auxiliar no PAI - PJ (Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental). O programa, que está sendo coordenado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, visa oferecer um tratamento digno para os portadores de sofrimento mental que estão em medida de segurança, ou seja, para aqueles que acabaram no manicômio judiciário. “A proposta é que é esses manicômios precisam ter um fim. Precisamos oferecer um tratamento que vai oferecer alguma possibilidade de melhora; reinserção social. Vamos tentar articular junto ao poder judiciário local para que essa clientela não fique mais nas cadeias. A justiça determina que essas pessoas sejam tratadas de forma adequada. Hoje o tratamento adequado é no serviço substitutivo, nos CAPS”, afirmou o psiquiatra.

Renato Manfrim