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O INSTITUTO GREGORIO BAREMBLITT nasce do encontro de um grupo de amigos com um desejo comum de reinventar novas práticas sociais. Para tanto constituímos uma associação sem fins lucrativos. Seu nome é uma homenagem ao psiquiatra, psicoterapeuta, professor, pesquisador, analista e interventor institucional, esquizoanalista, esquizodramatista e escritor Gregorio Franklin Baremblitt. Nosso desejo é que este dispositivo tenha uma inserção social e que possamos construir com nossa comunidade um Outro Mundo Possível.

terça-feira, 26 de abril de 2011

NOSSAS COMPANHIAS: O MICROFASCISMO NOS BECOS DO COTIDIANO Jorge Bichuetti

O bullyng é só uma palavra adocicado para enunciar uma velho e cruel evento do cotidiano: os microfascismos...
Quando Foucault propunha a invenção de uma vida não-fascista, dizia-nos que o fascismo de estado não é o único... existe um fascismo que se realiza nos becos do cotidiano... no nosso dia-a-dia.
Manifesta-se na intolerância, na estigmatização, na discriminação, na violência direta ou travestida de cordialidade falsa, na segregação, no autoritarismo, na inviabilização das trocas dialogais, na dominação, na imposição, na exclusão...
Não age por decretos: atua por meio de palavras, gestos, olhares, normativas, chistes, brutalidades, mentiras, dissimulações, omissões, tiranias domésticas e situacionais...
É a voz que grita para intimidar...
É a ironia que desqualifica...
É a verdade absoluta e soberana que desacretida a verdade emergente e diversa que o outro corpo anuncia...
É o olhar de desprezo, de nojo, de repugnância...
É a força bruta... Os podres poderes que instituímos no dia-a-dia para nos manter autoridades e superioridades, negando o outro e a diversidade...
Toda exclusão e toda estigmatzação, como toda dominação, se dá mediante a força breuta , física ou inteletual, verbal ou expressiva, que subjuga, violenta, silencia, anula, intimida, danifica, inferioriza, isola, menospreza, estropia, acua o outro...
O microfascismo é força da morte, não da vida...
A vida é alegria, troca, compreensão, tolerância, inclusão, vitalização, partilha... a vida é diversidade, transversalidade, soidariedade e comunhão.
Os microfascismos geram a morte civil, os complexos de inferiridade e um cotidiano marcado por um funcioanamento paranóide.
Toda vez, que subjugo outra vida, instauro um microfascismo...
Há fascistas e há fascismos perambulando pelos corredores da vida.
A vida é expansão, afirmação singularizante, devires...
O fascismo produz sub-vidas: retraídas, contidas, servis... que podem explodir ou implodir...
O episódio de Realengo é um analisador dos microfascismos que permeiam a capilaridade da vida cotidiana.
Para se construir uma vida não-fascista não basta ser boa gente; urge romper o silêncio e as nossas omissões diante de todo fascismo.
Urge comprometermo-nos com a vida. Com a liberdade, com a diversidade, com a solidariedade, com a ternura, com a não-violência, com uma inclusão social radical e austera...
Precisamos, urge que enfrentemos os capatazes, os tiranos, os veiculadores do fascismo no dia-a-dia.
Não se pode tergiversar... o fascismo pueril e risonho mata e aniquila como mata e aniquila o fascismo dos quartéis...
Optemos radicalmente pela vida.
Mergulhemos com intensidade no processo de produção da liberdade e não nos omitamos, pois, não há vida procriativa, criativa, inventiva, de paz e suavidade, sob os auspícios dos microfascismos.
Um dia, acordaremos e veremos que a vida se faz e refaz, se desfaz e se reinventa, todos os dias...
E, também, veremos que ela se aniquila, se perverte e se desatina nos meandros do cotiano, quando não ousamos impor a ética da vida , com a nossa vida, formando barricadas para deter os microfascismos...
Persiste a voz clara e insurge: não se transforma o mundo sem mudar a vida...
http://jorgebichuetti.blogspot.com/ 


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