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O INSTITUTO GREGORIO BAREMBLITT nasce do encontro de um grupo de amigos com um desejo comum de reinventar novas práticas sociais. Para tanto constituímos uma associação sem fins lucrativos. Seu nome é uma homenagem ao psiquiatra, psicoterapeuta, professor, pesquisador, analista e interventor institucional, esquizoanalista, esquizodramatista e escritor Gregorio Franklin Baremblitt. Nosso desejo é que este dispositivo tenha uma inserção social e que possamos construir com nossa comunidade um Outro Mundo Possível.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Conferência de Aniversário do IGB supera expectativa de público



O consultor de direitos humanos, Domiciano Siqueira, apresentou à sociedade frutalense um novo olhar sobre a cidadania em relação à dependência química

Comemorando o primeiro ano de vida do Instituto Gregório Baremblitt (IGB) de Frutal, profissionais da saúde, estudantes da FAF e da UEMG, entre outras pessoas acompanharam a Conferência de Aniversário “A Estratégia de Redução de Danos no Brasil, Experiências Antimanicomiais”, ministrada por Domiciano Siqueira, fundador e presidente da ABORDA (Associação Brasileira de Redutores e Redutoras de Danos – Organização Não Governamental na Área de Redução de Danos).




A palestra de reflexão com a comunidade que lotou a Casa do Advogado na noite da última terça-feira, 17, também comemorou a IV Semana da Luta Antimanicomial de Frutal e I Semana da Luta Antimanicomial do Pontal do Triângulo Mineiro.
Conferencista e consultor de direitos humanos, Domiciano Siqueira, prendeu a atenção de todos com ideias referentes a uma maior sensibilização do público para novas maneiras de lidar com grupos excluídos socialmente. A ênfase da conferência foi com relação a usuários de drogas, mas cujo procedimento é o mesmo para prostitutas, homossexuais, negros, prisioneiros; os chamados grupos de exclusão. Domiciano alertou também para a “desconstrução” de alguns conceitos anteriores a respeito do tema e a criação de novas estratégias que ajudem a cidade de Frutal a enfrentar os problemas decorrentes do consumo de drogas e outros comportamentos, no sentido de diminuir a vulnerabilidade dessas pessoas às doenças comuns como AIDS, hepatite, violência urbana, evasão escolar, entre outros agravantes à saúde geral dos usuários de drogas.
O papel que a saúde pública, justiça e igreja vem fazendo na área da dependência de drogas ou do uso de drogas é histórico, ressaltou Domiciano. “Nós estamos propondo uma política mais ampla e que traga resultados mais eficazes para a sociedade. É necessário ampliar esse olhar, que é o da cidadania de ver o consumo de drogas não como ação de pecado, doença e delito, mas de direito individual”, relatou. Para este novo olhar, o conferencista explica que ações de redução de danos seria a saída e a entrada “para que possamos implantar alguns programas sérios”. “Não dá mais para encher a cadeia de usuários de drogas”, ressaltou Domiciano que é a favor da regulamentação das drogas.




Segundo o psiquiatra do IGB e CAPS Frutal, Celso Peito Macedo Filho, o consultor de direitos humanos contribuiu para que a sociedade frutalense tenha um novo olhar sobre a cidadania em relação à dependência química. “O que talvez mais dificulte a busca de ajuda é a acessibilidade. Visitar onde as pessoas estão seria a estratégia do consultório de rua que muitas vezes é onde as pessoas usam essas substâncias. O que o Domiciano quis passar foi isso, ou seja, onde as pessoas estão fazendo uso da substância para tentar uma aproximação e um vínculo de forma passiva”, declarou Dr. Celso. 
Presente e atento durante toda reflexão, o major da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar, Arnaldo Pereira Junior, opinou sobre a polêmica levantada pelo conferencista a respeito da legalização das drogas. Para o major Arnaldo, é um assunto que deve ser amadurecido na sociedade. “Acredito que o posicionamento dele foi muito claro e demonstra que na verdade aquilo que se entende como legalização das drogas não é o que as pessoas esperam; da total liberalidade. O que se espera é que a pessoa faça o uso consciente e responsável, assim como acontece com o álcool e o tabaco”.
No que diz respeito às políticas de redução de danos explicadas por Domiciano Siqueira, major Arnaldo acredita que a evolução do estado tem que, realmente, partir para esta prática de políticas mais voltadas para a cidadania. “É importante que isso seja massificado dentro dessas pessoas que não conseguem se colocar em conformidade com as regras sociais. Essas políticas de minimização de danos vão proporcionar que a sociedade entenda melhor as causas desses fatores e possam se envolver mais”, disse o major da PM.

I Semana da Luta Antimanicomial do Pontal do Triângulo Mineiro

A Prefeitura Municipal de Frutal, Secretaria Municipal de Saúde, CAPS II e Instituto Gregório Baremblitt realizam várias atividades referentes à comemoração da IV Semana da Luta Antimanicomial de Frutal e I Semana da Luta Antimanicomial do Pontal do Triângulo Mineiro. Confira no blog do IGB Frutal mais informações deste importante acontecimento que comemora 10 anos da Reforma Psiquiátrica no Brasil. (igbfrutal.blogspot.com/).

2 comentários:

  1. Aprendi um novo olhar da vida com a palestra de Domiciano Siqueira... depois de escrever a reportagem acima nunca mais serei o mesmo... que venham outras reflexões.... parabéns ao IGB Frutal... Renato Manfrim

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  2. Celso, uma alegria, ver tanto brilho e os frutos do trabalho: sagrados, sagrados... Um farol acende o amanhã.
    abraços com carinho, a você aos companheiros de jornada. Jorge bichuetti

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